Embrace Sadness


Há dias em que esta frase me faz todo o sentido. Há dias em que a tristeza é o que temos de mais verdadeiro. Ou... é tudo o que temos.

E nesses dias a tristeza se encaixa no nosso pequeno mundo com uma estranha perfeição, como se aquele lugar fosse dela, só dela, e assim a si estivesse reservado desde a altura dos dias alegres.

Aceitar a tristeza como parte integrante de nós pede coragem. E é por isso que a palavra "embrace" é tão difícil de traduzir. Não se trata apenas de aceitar [passivamente], é preciso, no fundo, incorporá-la em nós, recebê-la como coisa natural que é.

Precisamos dos dias tristes para compreender os alegres. Precisamos da tristeza para reconhecer a alegria verdadeira, e para aprender a distingui-la do mero ruído que silencia a alma quando estamos no meio da confusão, rodeados de gente.

É na tristeza que fazemos reset, quase como que uma limpeza dos nossos dados de navegação. 

É na tristeza que nos auto-encontramos, e na tristeza não há como fugir de nós. Eu gosto da dor que me causa esse encontro de mim comigo, uma dor doce e suave, mas arrebatadora ao mesmo tempo.

Não me parece [nem um pouco] que a tristeza seja o oposto da alegria; são antes complemento uma da outra. E é lá no meio, na zona secreta e mágica onde as duas se encontram e sobrepõem, que reside o Amor.

Sentada de frente ao Tejo, pensava nisto enquanto tentava sem sucesso colocar em papel as minhas ideias. Há muito que não escrevia. Estive ali, assim, de costas para a Praça do Comércio, durante um bom par de horas, fascinada pela histeria dos turistas de Lisboa.

De repente, um toque no ombro e uma voz grave chamam-me de volta à realidade. Sabia o meu nome. E, ainda que de memórias longínquas, a voz soava-me familiar.

Mr Doe?!

Comentários

  1. É sempre bom reencontrar aquela que se cruza com Mr. Doe!

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    1. Obrigada Luís! Voltarei sempre que possa 😊 E que sejam frequentes esses reencontros.

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