Cada vez suporto menos o Natal. E as compras e as luzes e as filas dos centros comerciais. A correria de corpos atomizados, desencontrados em encontrões... e os palavrões que se lhes seguem.
Cada vez suporto menos o Natal e o burburinho ruidoso e doentio que se sobrepõe à insistente melodia do Michael Buble.
Mas adoro receber presentes. E gosto ainda mais de os dar. Da magia de os escolher, por entre arriscadas adivinhas que ousam colocar num embrulho enlaçado a infinidade de uma pessoa. Gosto.
![]() |
Fotografia encontrada no Facebook, partilhada aqui. |
«Tenho um presente para ti!» - disse-me ele com a clareza de quem sabe distinguir uma prenda de um presente. A diferença, essa, está escondida no tempo perdido na escolha e no carinho que lhe serve de embrulho e sem o qual nenhuma prenda se torna presente.
John Doe levou a mão ao bolso - onde parecia caber o mundo - e tirou de lá um velho relógio de pulso que estendeu na minha direcção. Não tinha ponteiros nem números. «Usa-o como quiseres.»
Para mim o Natal seria perfeito, se não lhe chamassem Natal.
Comentários
Enviar um comentário